Uma colega leitora do nosso Blog me indagou sobre os cemitérios antigos de Viamão. Esta pesquisadora esteve visitando o conhecido "cemitério antigo" da Cidade e verificou que os túmulos não são tão velhos. Agora, deixo aqui, uma pergunta no "ar": onde estão os cemitérios antigos (os mais antigos mesmo) da Cidade? Quem souber ou quiser ajudar nesta empreitada, por favor, responda postando um comentário. Vou tentar descobrir, quando souber postarei aqui.
Tenho uma foto aqui, daquela leva que trouxe do Dep. de Memória da Cidade.Trata-se de uma foto de um cemitério. Há uma legenda que diz que o cemitério é de Itapuã. Fora isso, não há descrição mas detalhada. Deixo a foto aqui para ajudar a instigar.
Caro amigo Carlos Dinarte;
ResponderExcluirCreio que o desvendar dessa questão passa, necessariamente, por um retorno à figura de Serapião José Goulart,que aliás, fazes referência em tua monografia.
Consta que Serapião comprou uma área de terras para ali construir o Cemitério do Morro Grande, onde queria ser sepultado, pois não queria sê-lo no Cemitério do Morrinhos, na Lomba, onde estavam seus desafetos. Por essa descrição deduz-se que o Cemitério do Morrinhos é mais antigo.
A distância em que me encontro e o desconhecimento da região me impedem de saber, geograficamente, onde se localizam (ou se localizavam) esses cemitérios,mas creio não ser difícil para ti descobrir.
Espero ter contribuido.
Abraço.
Caros amigos,
ResponderExcluirOs primeiros viamonenses eram enterrados sob o piso da Igreja, como a atual Matriz é o segundo templo de Viamão é possível que os vestígios de corpos inexistam (dadas as modificações no terreno). Talvez existam alguns (não os primeiros) ainda sob o piso da atual Igreja. Aí seria necessária uma intervenção arqueológica.
No segundo óbito registrado na Freguesia de Viamão (em 23 de maio de 1748) um piá de dois anos chamado Narcizo é enterrado "no interior da igreja, parte norte". Cabe destacar que esta seria a primeira Igreja de Viamão, uma construção de madeira de 1741.
ResponderExcluirEm 1752 já aparecem registros de enterros na sacristia "porque o corpo não cabia na igreja".
Nos registros contemporâneos à aparição da Igreja atual os mortos passam a ser apenas "sepultado[s] no cemitério". (Onde mesmo?)
No final do século XVIII aparecem muitas referências a enterros no "cemitério da matriz velha" (esta, a Igreja original)
Há um reflexo na nossa literatura sobre este costume (especificamente em Viamão): no livro "Manhã Transfigurada" de Luiz Antonio de Assis Brasil. Num trecho da obra faz-se referência ao cheiro de putrefação dos corpos sob as tábuas do assoalho da Matriz.
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ResponderExcluirSei que os meus breves comentários nada indicaram de concreto para a pesquisa em tela, apenas quis demonstrar a complexidade deste problema da historiografia viamonense. Sinto-me num dia de Chacrinha: "Eu vim para confundir, não para explicar!".
ResponderExcluirAcho que não confundes, Vagner, pelo contrário. É sabido que se costumava enterrar os mortos sob a igreja ou ao lado delas. Talvez se possa encontrar algum registro na Cúria Metropolitana, pois se não me engano Viamão pertencia à Diocese (ou a denominação que fosse na época) de Porto Alegre.
ResponderExcluirNão, permite-me discordar, Caro Quasímodo: Viamão era uma freguesia autônoma desde a década de 40 do século XVIII (fazia antes parte da jurisdição de Laguna - hoje Santa Catarina)
ResponderExcluirComo a "Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais" a área central de Porto Alegre se desmembrou da Freguesia de Viamão em 26 de março de 1772 (desde os anos 70 do século XX considerada a "data de fundação" da Capital).
Para dar suporte à pesquisa sobre os primeiros cemitérios os livros do século XVIII já são viamonenses. O processo posterior de organização das Dioceses e outras estruturas da Igreja Católica eu desconheço, mas não desconhecia o Arlindo Rubert, ido autor dos dois volumes da "História da Igreja no Rio Grande do Sul" (EDIPUCRS) - sugestão de leitura para resolver isso.
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ResponderExcluirAmigos, obrigado pela contribuição. Já temos aí boas informações que podem nos oferecer algumas hipóteses. Tanto esse cemitério no Morro Grande, mencionado pelo colega Quasímodo, como esses registros de sepultamentos na Igreja, apresentados pelo colega Vagner, ajudam a escarecer as dúvidas da nossa colega. Ou seja, os cemitérios atuais de Viamão são muito "novos" comparados aos 270 anos da Cidade. Obrigado amigos!
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ResponderExcluirCaro Vagner;
ResponderExcluirTomei por base para o meu comentário anterior, a história de Viamão publicado no Site oficial da Prefitura http://www.viamao.rs.gov.br/
o que pode ter me induzido ao erro ao confundir a estrutura administrativa com a estrutura da igreja católica da época. Embora um pouco longa, copiarei aqui parte do que lá consta, com minhas desculpas ao Dinarte, mas creio ser necessário:
No século XVIII o território do atual Rio Grande do Sul já deixara de ser apenas uma zona de passagem entre Laguna e Colônia do Sacramento. A riqueza de seus campos já fizera com que colonizadores aqui se fixassem. E entre esses, inclusive um dos integrantes da frota de João de Magalhães, Cosme da Silveira, que já em 1725 se teria localizado em terras do atual município de Viamão.
Em 1741, Francisco Carvalho da Cunha estabelece-se nos campos de Viamão, no sítio chamado Estância Grande, onde ergueu a capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição. Com a vinda de elementos açorianos, a quem foram doadas várias sesmarias, o povoamento recebeu grande impulso.
Elevada à categoria de freguesia em 1747, por ocasião da invasão castelhana (1766) se instalava nela a sede do governo da capitania. E em 1880 DESMEMBRA-SE (destaque meu) de Porto Alegre para tornar-se vila e sede do município. A importância histórica e social de Viamão iniciou quando foi sede das primeiras estâncias de criação de gado. Os grandes rebanhos de gado e cavalos, que existiam na campanha do Rio do Prata, transitavam por Viamão para serem comercializados em Laguna (SC)... (e segue...)
De qualquer modo, não invalida a busca de informações sobre o assunto em pauta - Cemitérios - junto aos arquivos da igreja.
Grande abraço.
Sim, os registros eclesiásticos são uma fonte fantástica, apenas quis valorizar o corpo documental produzido em Viamão - um dos mais antigos do Estado.
ResponderExcluirDe acordo, amigo. Vale ainda ressaltar a participação da Gislaine Thompson cujo comentário suscitou este saudável debate.
ResponderExcluirQuando era criança, minha avó, hoje falecida, falava-me sobre a existência de algumas tumbas distante uns cem metros em frente ao cemitério do morro grande, e que seria alí o cemitério antes de sua atual posição. Vou procurar saber com os mais antigos que conheçam o lugar.
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